quinta-feira, 22 de março de 2007

"Hoje apetece-me estar feliz"


O despertador tocou cedo, como de costume.
Levantei-me devagar.
No duche, com a água quente a acordar lentamente os meus sentidos, pensei: “Hoje apetece-me estar feliz”.
Arranjei-me. E, ao olhar-me ao espelho, disse: “Hoje apetece-me estar feliz”.

Concluída a rotina diária (com as verificações periódicas às horas e aos minutos), saí de casa. O dia estava claro, mas não pus os óculos de sol. Comecei a reparar nas pessoas que se cruzavam comigo. E todas pareciam sorrir...
Levantei a cabeça e respirei fundo, o ar estava leve.

Alheada do mundo sonoro, ouvia rádio através do telemóvel, hábito daqueles que gostam de “andar consigo próprios”, como eu. Então, passaram a música que fez o mais perfeito dos sentidos:

É ISSO AÍ - ANA CAROLINA E SEU JORGE

É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre

É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredita em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos
A escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar
De olhar


“É isso aí!...
Hoje não me cansei de olhar para a vida!...
Hoje estive feliz!...
Hoje acreditei em milagres!...”

segunda-feira, 19 de março de 2007

Meu Pai


Deste-me a vida. Durante a minha infância estiveste sempre presente – nas dores de barriga, joelhos esfolados, birras, nas primeiras letras e números...
A adolescência chegou, e continuaste lá... As dúvidas, os primeiros desgostos de "amor", os disparates, a rebeldia, tudo acompanhaste com os teus conselhos e sensatez.
Sempre que chorava, lembro-me do teu olhar, um reflexo do meu coração, e afastavas todos os meus medos.

Depois, os anos foram passando e influenciaste-me tanto… Ensinaste-me a separar o certo do errado, como crescer e viver de forma íntegra, sem nunca me julgares, e cada vez que falhei na vida, o teu Amor jamais esmoreceu.
Hoje, que sou Mulher, quero dizer-te, a ti e ao Mundo inteiro que foste o homem que mais me amou, o único que não me desiludiu, e me confortou quando não encontrei os meus sonhos.

Vejo-te agora com as “cicatrizes da vida” marcadas na cara, cada vez mais profundas, cada uma contando a sua história. Mas, à medida que essas linhas se aprofundam com o tempo, sei que a tua sapiência aumenta, pelo menos aos meus olhos…
Para mim, és mais do que alguma vez mereci. E se olhares para a minha alma, como tão bem és capaz, saberás que o meu reconhecimento, orgulho, amor e respeito são infinitamente maiores que estas palavras.

Podia dizer-te que és o melhor Pai do Mundo, mas prefiro dizer-te que és e serás o melhor Homem da minha vida!

Parabéns por seres um verdadeiro Pai.
Das tuas filhas (a que está no Céu e a que está na Terra…)

sábado, 17 de março de 2007

A minha solidão...


Dia de trabalho infernal.
Cheguei a casa, e ao abrir a porta, aquele silêncio reconfortante (à excepção do cumprimento habitual do meu fiel papagaio...), aquela sensação de liberdade, de poder escolher exactamente como saborear a minha própria companhia.

Confuso?! Para mim, nem por isso. Li uma frase algures que explica bem o que sinto. “Não sei o que é a solidão. Nunca me senti só. Acho fantástico ficar comigo mesma, com os meus milhões de dúvidas e preocupações” (Cleyde Yacónnis).

Não sou assim, por norma no meu dia-a-dia, mas a verdade é que posso depender só de mim e do meu tempo. E nesse dia, não me quis preocupar com o jantar, nem nada de mundano.
Resolvi acender todas as velas que tenho espalhadas pela casa. E são muitas...
Aninhei-me no sofá, enrolada no edredon e com a cabeça na almofada, olhei para o tecto e paredes, para a luz reflectida em dezenas de efeitos que as chamas iam criando, em formas cintilantes. Deixei-me hipnotizar pelo ondular das sombras e adormeci, num sono cada vez mais profundo, sempre que uma vela se apagava.

Dormi até de manhã. Quando o Sol me acordou, ainda queimava uma última vela, a que ficou para me provar que a solidão não faz mal, quando a chamamos...

Público (para quem gosta de estar sozinho) & Privado (porque esta é a minha solidão)

quinta-feira, 15 de março de 2007

Nada de despedidas


Foi há uns meses. Ligaste-me, inesperadamente, para me dar uma notícia. Com a voz entusiasmada, disseste: “Vou trabalhar e viver para Angola!”. Sabia que procuravas uma mudança na tua vida e percebi que querias agarrar esta oportunidade, por isso, senti-me imediatamente feliz por ti.
Mas, quase em simultâneo, senti o que só consigo descrever como um 'amargo de coração'. Uma espécie de 'egoísmo perdoável', porque não gostamos de nos afastar de quem nos é especial, mas isso também não muda em nada o que sentimos por esse alguém.

Optei por não me despedir. Sim, optei...
Entretanto, vieste passar o Natal a Portugal, tentámos combinar ver-nos, mas não aconteceu. Não sei se, mais uma vez, por opção...

Regressaste a África, estás a milhares de kms de distância, mas 'estamos em contacto', principalmente graças à maravilhosa tecnologia que é o Messenger!
Mas, para além disso, gosto de pensar que “a distância não é o quanto nos separamos, a distância é se não voltamos”.
Apetece-me dizer-te agora, pela primeira e milésima vez, quem és na minha vida, o que vejo quando fecho os olhos e penso em ti:
- És o sorriso, rasgado e sincero
- És a gargalhada contagiante
- És frontal e carismático
- És o meu disparate!
- És parte e testemunha da minha vida há 10 anos
- És meu amigo e meu confidente
- És o conforto do meu corpo e da minha mente
- És fogo e gelo
- És passado e ainda és presente...

Até já.
E só mais uma coisa: quando estivermos novamente um com o outro, por favor, nada de despedidas!

Público (para quem quiser ler) & Privado (para a única pessoa que vai entender)

Parabéns, meu menino de “olhos cor do mar”!

Parabéns, Paquito!
Fazes hoje 5 anos, meu “piratinha”, meu menino de “olhos cor do mar”, anjo de sorriso maroto e ternura sem fim...
Que tenhas um dia muito feliz, recheado de coisas boas, presentes, beijinhos, amigos e os manos ao pé de ti, com a Mamã a olhar, lá do Céu...

A Dinha também vai “estar” contigo hoje. Lembras-te quando querias muito que alguma coisa acontecesse outra vez, por teres gostado tanto, que inventámos o jogo do faz-de-conta?
Aquele jogo em que, quando estivéssemos a dormir, nos encontrávamos na “Terra dos Sonhos” e podíamos divertir-nos outra vez!

Esta noite, depois de apagares as velas, comeres o bolo, quando fores dormir e fechares os teus “olhos cor do mar”, eu vou ter contigo à “Terra dos Sonhos” e vamos juntos ao Jardim Zoológico, como da outra vez!
Vamos ver os animais, andar de teleférico, bater palmas aos golfinhos, comer um gelado, falar com o palhaço que te fez um balão em forma de espada e andar de carrossel.

E quando nos despedirmos, porque o Sol vai acordar e o sonho acaba, tu vais-me dar um daqueles “abracinhos bons”, um beijinho com sabor a mel, e dizer: “Até já, Dinha!!”

segunda-feira, 12 de março de 2007

Quando o mundo parece desabar...



Porquê tanta dor?
Porque é que sinto que faltam pedaços de mim?
Um dia tão desejado e ansiado transformou-se numa tela colorida de pequenos segundos de magia, e ao mesmo tempo em tantos momentos de dor profunda e contida...
Gostava de ter estado lá, de ter podido olhar os meus “príncipes”, mas não pude...
Porque a lei “não permite ou não contempla...”, porque a sociedade é hipócrita ou porque, simplesmente, o destino é cruel.
Amo os meus sobrinhos tanto quanto amo e amei, em vida, a minha mana e não posso vê-los crescer, brincar, sonhar...

Quando finalmente o dia chegou ao fim, senti-me sem forças, como se me tivessem colocado num labirinto de emoções e eu não quisesse encontrar a saída.
Então, uma Amiga mandou-me um sms: “Vai buscar forças ao melhor que está para vir. Pensa que não pode ser só isto. Vai buscar forças às pessoas que te amam e precisam de ti. Acredita! (...)”
E com estas palavras, senti por um momento que tudo pode ser possível e estou novamente a descobrir a saída desse doloroso e confuso labirinto.

Obrigada, Rita Louro, minha “ruiva linda”.

sábado, 10 de março de 2007

Nota de boas vindas


Desde que me conheço que escrevo. Por tudo e por nada...
Quando finalmente decidi criar um blog, fi-lo para poder reunir estes pedaços da minha existência e lembrá-los como e quando quiser. Confesso que me "assustei" com a perspectiva de, ao fazê-lo, estar a partilhar a minha intimidade com o Mundo, mas depressa percebi que continuarei a escrever por e para mim, e que isso é o que mais importa...
Sempre fui da opinião que nem todos os blogs têm que falar exclusivamente de poesia, romance, saudade, sofrimento, humor. Nem possuirem obrigatoriamente textos profundos, politicamente correctos, confissões ou meras constatações mundanas. Porque nem sempre me apetece escrever da mesma forma, ou sobre o mesmo.

Sinto as palavras como 'sombras de mim', tão mutáveis como os inesperados acontecimentos ou emoções que cada dia a vida nos reserva.
Portanto, deixo uma mensagem a quem visitar o meu blog: o que podem esperar são simples reflexos do meu estado de espírito (e de alma), porque a vida é mesmo assim, acontece em momentos.
E sejam bem-vindos!