quarta-feira, 2 de maio de 2007

Se a Terra girasse ao contrário


Tirei uns dias de férias. Uma espécie de prenda de anos a mim mesma. Com direito a refúgio campestre e bucólico, à companhia de alguém amigo, euforia e descanso quanto bastem.

Estive a viver. Andei a sentir a vida, a experimentar sensações e certezas. Do que sou, do que quero.
Descobri que uma gargalhada pode substituir um beijo, uma grande amizade vale mais que um romance, o prazer da descoberta perde-se no conforto da cumplicidade e agradece-se à vida por isso.

Mesmo assim, não chega... e não posso deixar de pensar que se a Terra girasse ao contrário, as coisas seriam diferentes.
Não necessariamente melhores, mas diferentes...

Parabéns a mim!


Mais um ano. Já são 33...
Pensei muito em quem sou, em que mulher me tornei...
Principalmente no último ano, o mais doloroso e triste da minha vida, andei perdida de mim mesma, a sobreviver à saudade, a secar as lágrimas e a refugiar-me nas doces recordações de outrora, enquanto ao mesmo tempo levava a vida para a frente (que atrás vem gente!) e tentava não me esquecer de sorrir.

Aprendi a ver beleza nas mais pequenas coisas: num pôr-de-sol, numa música, na chama de uma vela, no cheiro da chuva, no silêncio da noite...
Aprendi a importância de dizer “amo-te”, antes que não tenha mais oportunidade de o fazer; a estimar os amigos que nunca me abandonaram; a apreciar uma palavra sincera de quem me quer bem; a relativizar os pequenos “empecilhos” da vida, e a enfrentar “monstros” feitos de desesperança e angústia, sem nunca deixar de acreditar em milagres.

A minha vida deixou de ter as cores de antigamente...
Mas vou pintá-la novamente com cores diferentes.
E um dia, também elas vão formar um arco-íris.

Parabéns a mim!
(24.04.1974)