segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Há dois anos sem ti...



Hoje chove tanto quanto chovia há 2 anos, no dia em que partiste deste mundo. Nessa noite, estava sentada junto à janela, e o Martim aproximou-se de mim: "Dinha, o céu está a chorar muito porque está triste, não é?"
Não fui capaz de dizer nada. Peguei-lhe ao colo e ficámos, abraçados, a olhar as estrelas.
Então, numa voz baixinha e chorosa, confessou-me: "Eu também estou muito triste. A Mamã foi para o céu e nunca mais volta..."
Não se consegue enganar a alma, mesmo que habite numa criança de seis anos...
Hoje chove, como naquele dia. O céu continua triste e a chorar. E nós também...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Pillow Talk

Adoro conversas de almofada. Desabafos de travesseiro, confissões feitas de suspiros de amantes, confidências soltas com a força de um pensamento não contido.
Aposto que todos já tiveram momentos destes, antes de apagar a luz, ou depois de fazer amor, com o namorado, com o marido, com o amante ocasional… São cumplicidades. Por algo que se disse, por algo que se sentiu, por algo que aconteceu, por algo que não se esquece.
São instantâneos de intimidades. Ou, se preferirem, simplesmente... ‘pillow talk’.

Ele: “ Adoro a forma como enrolas o cabelo com os dedos, antes de adormeceres..."
Ela: “ Adoro que saibas a forma como adormeço...”

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Estado civil: Solteira

Como não tenho namorado e sempre fui ‘alérgica’ a datas de comemoração obrigatória porque o calendário assim o determina, este é o meu manifesto de solteira para o dia de S. Valentim.
Antes de mais, escrever este texto na véspera de tal efeméride constitui, desde logo, uma novidade. Parece-me bem mais original do que andar com uma rosinha vermelha na mão, receber um cartãozinho com desenhos de cupidos e mensagens melosas, uma caixa de bombons, ou pior ainda, um daqueles ursinhos de peluche agarrados a um coração!
Estima-se que, pelo mundo fora, são enviados aproximadamente um bilião de cartões com mensagens românticas nesse dia, tornando-o num dos mais lucrativos do ano. Também se estima que são as mulheres que compram aproximadamente 85% de todos os presentes. O que, logo à partida, não me parece nada bem! : /

Há também quem defenda que o costume de enviar mensagens amorosas neste dia não tem qualquer ligação com S. Valentim (Séc. III), mas data da Idade Média, quando se acreditava que o dia 14 de Fevereiro assinalava o princípio da época de acasalamento das aves. Isto sim, faz muito mais sentido! ; )
Perdoem-me os casalinhos apreciadores desta ocasião especial, mas a mim parece-me que, nesse dia, até o mais comum ‘engate de causa hormonal’ se transforma numa promissora história de amor!...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Algum dia...


Se algum dia te encontrar na rua, não vou mudar de passeio. Mesmo que finjas não me ver, vou parar diante de ti e fitar-te. Vou penetrar-te a alma e colocar a tua consciência no banco dos réus. Descansa, não vou ser eu a julgar-te, porque todo o Mundo já te julga.

Se algum dia vieres ao meu encontro, vou enfrentar-te com a Verdade do meu lado. Não mereces a minha confiança ou o meu amor. Foste tu quem partiu, quem me apagou da tua vida.
Por isso, quem deve temer és tu.

Se algum dia o destino nos juntar, vou tocar-te mais uma vez. Quero certificar-me que já não me transmites nada, nenhuma emoção. Como me senti da última vez em que te abracei.

Se algum dia falares comigo, vou tentar escutar-te. Vou perguntar-te se valeu a pena provocar tanto sofrimento pelo vazio de integridade em que vives. Se já pensaste que a ausência é o maior castigo para quem ama e não escolheu perder alguém?

Se algum dia a Vida me der essa oportunidade, vou olhar-te e não te vou reconhecer. Talvez nesse dia te transformes num estranho e me sejas indiferente. E finalmente, o meu coração deixe de doer.

Algum dia… Hoje não.