Se algum dia te encontrar na rua, não vou mudar de passeio. Mesmo que finjas não me ver, vou parar diante de ti e fitar-te. Vou penetrar-te a alma e colocar a tua consciência no banco dos réus. Descansa, não vou ser eu a julgar-te, porque todo o Mundo já te julga.
Se algum dia vieres ao meu encontro, vou enfrentar-te com a Verdade do meu lado. Não mereces a minha confiança ou o meu amor. Foste tu quem partiu, quem me apagou da tua vida.
Por isso, quem deve temer és tu.
Se algum dia o destino nos juntar, vou tocar-te mais uma vez. Quero certificar-me que já não me transmites nada, nenhuma emoção. Como me senti da última vez em que te abracei.
Se algum dia falares comigo, vou tentar escutar-te. Vou perguntar-te se valeu a pena provocar tanto sofrimento pelo vazio de integridade em que vives. Se já pensaste que a ausência é o maior castigo para quem ama e não escolheu perder alguém?
Se algum dia a Vida me der essa oportunidade, vou olhar-te e não te vou reconhecer. Talvez nesse dia te transformes num estranho e me sejas indiferente. E finalmente, o meu coração deixe de doer.
Algum dia… Hoje não.
2 comentários:
Nunca te será indiferene amiga, jamais... A diferença entre esse e os outros três que partiram - não partindo - é que os segundos foram levados contra vontade e o primeiro, foi de livre vontade e nem quando teve uma segunda oportunidade de apagar algum sofrimento com o seu regresso a aproveitou. Por isso amiga, não te martirizes. É o que é. Pensa em quem vale a pena;)
Adoro-te
FORÇA!
Se. Se. Se... Tantos Se's querida Sofia. Se escreves isto é porque nunca te foi - até agora - indiferente o maldito que queres sentar no banco dos réus. Para quê? Para o veres mais perto? Para o julgares? Para sentires a violência de estar frente a frente com alguém, que tu consideras íntegro e com a rectidão de carácter que nos faz falta a todos?... Somos homens. Não bichos da seda. Já sofri tanto por estar perto de alguém que não sabia sequer o significado da palavra "carácter". Tanto. Tanto... Já sofri! Acreditas que de vez em quando sofro? O que mais nos faz sofrer são as pessoas. As que estão e as que foram. E mais ainda as que estão e que fingem que foram só porque não tem a coragem de nos olhos dizer as coisas agarrando a vida pelos cornos. Escondem-se. E se se escondem, nunca se vai cruzar contigo na rua e muito menos tentar falar. E se fosse?... achas mesmo que o ouvias com vontade de o escutar?
Eu, Cláudio!
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