sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Certificado de Amor verdadeiro


Esta é uma verdadeira história de amor. Uma menina de 12 anos conhece um rapaz de 18, e apaixona-se perdidamente. Almas gémeas, ele sentiu o mesmo. Namoraram 6 anos, ‘à antiga’, sempre sob o olhar atento e a devida supervisão de adultos.

Como deve ter sido difícil nem sequer poder dar um beijo apaixonado, daqueles prolongados, sem recear reprimendas!...
Mas o Amor, quando existe, vinga e ultrapassa qualquer obstáculo. A 23 de Novembro de 1968, casaram. Não choveu nessa manhã, o que contraria o velho ditado ‘ boda molhada, boda abençoada’… Mas a maior bênção deste amor e desta história é o facto dos protagonistas serem os meus pais. E que hoje comemoram 39 anos de casados!

Tiveram sonhos, e concretizaram-nos. Unidos no melhor e no pior, na saúde e na doença, aquelas palavras que tantos pronunciam de ânimo leve, para os meus pais foram promessas sagradas e eternas, olhos nos olhos, de alma e coração, um certificado de Amor verdadeiro.
Os filhos vieram, tão desejados, tão amados, geradores de uma felicidade ainda maior. E a família cresceu, a vida seguiu.

Acompanhei passo a passo esta deliciosa história de amor, aprendi o que é uma relação saudável, equilibrada, balizada pelo respeito, pelo companheirismo e pela paixão constante (era frequente ‘apanhar’ os meus pais aos beijinhos, com carinhos e olhares cúmplices!)
Anos mais tarde, estive presente no momento de mais um ‘sim’, na igreja, e foi-me reservada a honra de ser a ‘menina das alianças’. Estive presente quando a felicidade parecia não ter fim! Estive presente quando golpes duros demais fizeram estremecer o nosso lar! Mas tudo estava fundado em rocha firme e a casa não ruiu!
Há certas coisas que acontecem na vida que me fazem acreditar que o amor pode ser eterno e eles provaram isso. Que mesmo com todas as dificuldades que a vida nos possa apresentar ao longo do seu percurso, se tivermos alguém ao nosso lado para nos amparar, tudo pode ser menos difícil, ou até mais fácil.

Vi o exemplo que vocês deram ao mundo que os cercava, um exemplo para mim, sempre. Vocês são um sinal claro de mim mesma, na vida que me ofereceram, e que às vezes é madrasta. E são vocês os responsáveis por eu ainda não ter deixado de acreditar no Amor. A vossa felicidade e cumplicidade cabe dentro do mesmo coração e esse coração também é o meu!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dançar à chuva


Estou assim… como o tempo, chuvosa. Nostálgica…
Se não arriscasse chegar ao trabalho completamente encharcada (o que não dava muito jeito), hoje não tinha sequer aberto o guarda-chuva.
Apetecia-me deixar aquele ‘dilúvio’ cair sobre mim, sentir o cheiro da rua molhada, não ligar à pressa das pessoas no caminho das suas rotinas. E recordar tempos felizes…

Lembrei-me de, há muitos anos, eu e o meu então namorado João termos sido apanhados de surpresa por uma chuvada imprevisível e nos termos refugiado debaixo do toldo de um quiosque, num miradouro em Alfama. De um bar ali perto, saía o som de uma música qualquer. De repente, levantei-me: “Vamos dançar!”. Respondeu-me com um olhar atónito: - “Estás doida? Se apareces encharcada em casa, os teus pais vão-se passar!”
“Não me interessa!”
, disse, no meu tom teimoso. Puxei-o para mim, e dançámos naquele miradouro, com Lisboa como testemunha, e cada vez que rodopiávamos, a água dançava com os nossos passos. Houve quem parasse, para olhar e certamente comentar aquele ‘disparate de adolescentes’. Outros terão pensado na ternura daquela cena, tão cinematográfica, mesmo desconhecendo que fora um acto de pura espontaneidade.
A música parou e nós continuámos a dançar, ao som da chuva e ao ritmo dos nossos corações. Não sei quanto tempo ali ficámos…

Regressámos, calados, de mãos dadas, com um sorriso e uma recordação impossíveis de apagar. Quando me deixou à porta de casa, deu-me um beijo (molhado, claro está!) e disse-me que, a partir daquele dia, ia chamar-me “mulher da chuva”.
Confesso que não me lembro se levei um raspanete dos meus pais por ter chegado a casa ‘encharcada que nem um pinto'! Mas não trocaria aquele momento por nada.

Sinto saudades de namorar como antes, passear de mãos dadas, sentir aquele ‘frio na barriga’, ter a ingenuidade de acreditar que aquela paixão é para sempre, passar horas ao telefone sem que nenhum dos dois queira desligar primeiro, rir de coisas parvas e dançar à chuva…

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Gostava de saber quem és

Gostava de saber quem és, como te chamas. Se vais aparecer por mero acaso, e se sim, ainda falta muito? Ou já entraste na minha vida e eu não dei por isso? Se calhar já te encontrei e voltei a perder-te...
Queria saber se gostamos das mesmas coisas. Se também odeias começar a ver um filme a meio ou acordar cedo a um Domingo. Teremos feitios diferentes, ou vou amar-te por seres igualzinho a mim?
Ponho-me a pensar se vamos adormecer agarrados, se a nossa cor favorita é a mesma, se vamos ter um cão, se o teu sorriso é como eu imagino...

Gostava de saber quem és. Porque espero por ti há muito tempo, e embora o Amor mereça a espera, só imaginar, cansa...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O gancho de cabelo


Hoje de manhã, enquanto mudava de mala, encontrei uma coisa que já não via há muito tempo. Numa bolsinha, bem lá no fundo, estava esquecido um gancho de cabelo. Reconheci-o de imediato, porque foi a última prenda que me deste. Tinha-lo trazido das Bahamas, e lembro-me das tuas palavras. Disseste - “Quando o vi, pensei logo em ti. Tem conchas, daquelas que vivem muito tempo debaixo do mar, mas que um dia, a maré as traz à praia. Como o Destino, que um dia te trouxe até mim...”
Como gosto de ter sempre algo com que agarrar o cabelo, trouxe o gancho comigo. Mas houve um pensamento que, desde esse segundo, não mais me abandonou. “Tudo é feito de energia, e este simples objecto guarda sensações e memórias de um tempo que já passou, de um capítulo da minha vida que chegou ao fim.”

Com o começo do dia e as tarefas rotineiras, acabei por me esquecer daquilo. Até que, inevitavelmente, prendi o cabelo, como é costume.
Pois bem: o facto é que o tal gancho passou o dia todo a cair-me! Por muitas maneiras que eu prendesse, aquilo saltava sempre! O curioso é que nunca tal tinha acontecido antes!...

No fim do dia, olhei para ele e reparei que, numa das vezes que se soltou e caiu ao chão, partiu-se um bocadinho daquelas conchas, as tais que te fizeram pensar em mim, e numa analogia romântica, ‘personificavam’ o amor que nos unia...

Moral da história?
Os objectos são os mesmos, as pessoas também... mas os significados mudam e as vidas tomam rumos diferentes....

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

À tua espera...


Espero-te.
Ansiosamente, desde o segundo em que soube que te ia ver.
Decidi tomar um banho para tentar relaxar, daqueles em que nos ‘perdemos’ debaixo da ‘cascata’ dum duche quente.
Há 3 meses que não nos vemos e pouco falámos, entretanto. Habituei-me à tua ausência, à distância física que nos mantém longe, mas que nunca nos separa.
E apesar disso, estou assim, ansiosa....enquanto te espero. Quero ver o teu sorriso, ouvir a tua voz, abraçar-te e sentir o teu cheiro. Quero que tudo se torne familiar, como acontece quando estou contigo. Vou querer saber as tuas novas aventuras, ‘beber’ as tuas palavras entusiásticas e cheias de vida.
Depois, vais ser tu a querer saber das minhas novidades. É assim, entre os melhores amigos. Contam-se segredos, partilham-se experiências e conversa-se ‘olhos nos olhos’.

O problema é que, depois de olhar nos teus olhos, sei que não vai demorar muito tempo até querer beijar-te.
E tu vais retribuir, os nossos corpos vão ‘pedir’ o mesmo e... “voilá”! O inevitável acontece.
No dicionário de língua portuguesa, a palavra inevitável significa: fatal; que não se pode evitar ; necessário.
Se isto for verdade, eis a minha conclusão:
- ‘fatal’: é provável que morra a gostar de ti!
- ‘que não se pode evitar’: porque sim...
- ‘necessário’: a verdade é que preciso de ti na minha vida.

Já não deve demorar muito. Estás a chegar...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Saudade

Saudade é ausência.
Saudade é ter medo de me esquecer da tua voz.
Saudade é vazio.
Saudade é não te poder tocar.
Saudade é sentir o teu perfume e não seres tu a usá-lo.
Saudade é ir a um sítio onde nos divertimos juntas.
Saudade é comer o teu gelado preferido.

Saudade é ouvir a nossa música e não poder cantar contigo.
Saudade é ver um filme que sei que ias adorar.
Saudade é ler um livro que deixaste a meio e não poder contar-te como acaba.
Saudade é usar um anel teu e lembrar-me das tuas mãos.
Saudade é sonhar contigo e não querer acordar.
Saudade é saber que me vai faltar o teu conselho.
Saudade é olhar para as nuvens e adivinhar o teu sorriso.
Saudade é pensar em ti todos os dias...

Saudade és tu, Mana...

De volta ao jogo....


O tabuleiro está novamente na mesa. As peças estão no lugar. Aceitam-se apostas.
Dois jogadores. Nenhum favorito.
Lema: “as regras existem para serem quebradas”.
Segredo: a forma como se joga. As cartas estão viradas para cima, com o ‘jogo à mostra’. Não existe tempo limite.
Tentamos acumular trunfos e o bluff também conta. O gozo está em antecipar as jogadas, e nunca subestimar o adversário.
Há muito tempo que as instruções estão decoradas. Neste jogo, o clube é exclusivo e muito privado.
E o melhor de tudo, o prémio é sempre repartido!
Jogamos?!...

Público (para quem gosta de jogos) & Privado (para o meu companheiro de ‘tetris’)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Confissões de um má cozinheira


Não tenho jeito para cozinhar. É uma realidade. Já me disseram que é porque vivo sozinha, e não tenho que me preocupar com o facto de outros terem de comer.

Então, mas se vivo sozinha, era suposto ter aprendido a cozinhar para sobreviver! Nem assim…e continuo ‘vivinha da silva!’
Não se pense, no entanto, que sou uma autêntica nulidade.
O trivial ainda faço, tipo estrelar ovos, fazer arroz, cozer massa, fazer uns bifes, uma sopa, mas nada de muito complexo. Nesse aspecto, temo ser um caso perdido…
Não me lembro, na infância, de ter tido curiosidade em ir para a cozinha ver a minha avó preparar refeições, ou alguma vez ter-me dado gozo em ajudar a fazer um bolo (a não ser que me deixassem comer a massa crua!) Não gosto de tachos, rolos da massa, espátulas e demais utensílios de culinária.
Marinar, refogar, demolhar, desfiar, untar, bater claras em castelo, deixar em banho maria, etc, são termos conhecidos teoricamente, mas autênticos pesadelos quando os tenho que transformar em algo comestível. E não foi por falta de tentativas!

Já experimentei algumas receitas consideradas de preparação fácil e acessível, mas se implica muitos ingredientes, é o caos! No outro dia, alguém dizia que “cozinhar era a melhor forma de descontrair”. Credo! A mim, provoca stress, impaciência, ansiedade e o resultado acaba quase sempre em algo demasiado salgado, pouco apresentável, ou queimado, o que me enerva ainda mais, porque lavar louça assim é duplamente trabalhoso!
Conclusão: ainda vou fazer um esforço e se calhar, inscrever-me num qualquer curso básico de culinária, mais que não seja para aprender a cozinhar bem meia dúzia de pratos e impressionar os amigos e família.
Ainda assim, adoro comer (este é o verdadeiro paradoxo!), e prometo a quem se aventurar a ir comer a minha casa, que não passa fome. Se trouxerem algum petisco, também ajuda!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Há dias assim...


Que a vida está difícil, já se sabe. Que a maioria de nós não vive, sobrevive, também não é novidade. Que a prestação da casa, os impostos, a gasolina, a electricidade, etc, aumentaram, já fomos obrigados a perceber, porque temos que pagar… Como o comum dos mortais, estes problemas ‘tocam-me à porta’ diariamente, e eu lá vou tentando resolver as questões, com mais ou menos angústia. Hoje, 'caiu-me' mais uma em cima – visita da Segurança Social! A mim, parece-me que a justiça anda de ‘pernas para o ar’, mas como diz aquele anúncio, “não ganhei a lotaria, nem tenho pais ricos”, e pedir dinheiro ao banco sai caro por causa dos juros!

Pus-me a pensar… Durante alguns minutos, foi a reacção normal – “E agora?! Como é que eu vou fazer?! Não faltava acontecer-me mais nada!” E logo de seguida começa aquele sentimento de mau-estar, de nó na garganta, de ritmo cardíaco acelerado, e pensamentos a passar pela cabeça tipo corrida Fórmula 1.
Não vale a pena… Desta forma, ainda estou a complicar mais a situação, a toldar a minha sensatez e esse não é definitivamente o caminho. A solução está de facto em acreditar que tudo se resolve, e até vou mais longe – “já está resolvido!” Alguns pensarão que estou a ser ingénua, irrealista. Pouco importa. Lembrei-me daquela velha máxima do ‘copo meio cheio ou meio vazio’, e conclui que o importante é não deixar partir o copo! Hipocrisias à parte, o dinheiro faz muita falta e dá muito jeito!
Realmente, o dinheiro move o mundo, mas o que move o meu mundo são muitas outras coisas, e essas não têm preço!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Every breath you take


Há muito tempo que não ia a um concerto. O de ontem era imperdível por muitas razões. Por ser uma oportunidade única para ver Police, por se gostar da banda, etc... Para mim, teria sido o concerto das nossas vidas… e foi. Entrei naquele estádio contigo, Mana.

Olhei para o céu e a lua estava cheia… só podia!
Uma lua enorme, brilhante, sorria-me e sussurrava-me que tinha valido a pena ter ido, mesmo depois de uma noite mal dormida, um dia cansativo e uma angústia que não largava o meu peito.

As luzes apagaram-se e a música invadiu-me. Dei por mim a rir-me sozinha, a imaginar-te a tecer elogios ao Sting, as duas a gritar como autênticas colegiais, a ‘cortar na casaca’, naquelas parvoíces que tantas vezes repetimos juntas!
A saudade bateu mais fundo e senti-me vazia… porque, de facto, deixaste-me vazia sem ti. Foi então que percebi que as pessoas que amamos verdadeiramente não nos deixam, que alguma energia fica cá e nos acompanha sempre… Segundos depois começaram a tocar a tua música – ‘Every breath you take’. Aposto que teve ‘dedinho teu’!

Confesso que chorei…de saudade, de tristeza, mas também de alegria e gratidão por termos partilhado tanto, por ter tido a sorte de ter uma irmã como tu, por te ter dito milhares de vezes que te amo! Hoje, esta música faz mais sentido do que nunca. Hoje, és tu que ma cantas. Hoje, sei que vais estar sempre a olhar por mim…’every breath I take’.

domingo, 23 de setembro de 2007

Amor incondicional


Há muito tempo que te devia este texto. Não porque nunca te tenha dito o que sinto, mas porque as palavras escritas têm um peso diferente. Porque este blog imortaliza os mais profundos dos meus sentimentos. E porque tu mereces.
Mereces ser louvada, lembrada e respeitada.

Os teus olhos doces, a tua pele macia. O teu coração tão repleto de amor e integridade. Mulher digna, recta, de princípios e valores que todos deveriam ter.
‘Leoa feroz’ na defesa das suas crias, dedicada e incansável. Um amor incondicional que não finda, na vida e na morte. Estiveste a meu lado nas horas em que chorei e nas horas em que sorri, nas horas em que me lamentei e nas horas em que fui feliz... por estar perto de ti.
Quero agradecer-te pelo esforço de uma vida, pelo teu sorriso terno, a tua dedicação, a tua abnegação e apoio. Agradecer-te pelas noites em branco, os sacrifícios, os meus dias de mau humor, em que me acalmaste no teu colo.

Quero agradecer-te de peito aberto, alma gritante e cabeça erguida, pois foi assim que me ensinaste a ser. E quero que te orgulhes da mulher em que me tornei.
“As árvores morrem de pé”, minha querida mamã. E eu estarei sempre aqui.
Amo-te e adoro-te mais que a vida. E preciso muito de ti.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Expressividade - Sempre para sempre ( Donna Maria )

Este texto não é da minha autoria.
Encontrei-o no Youtube e quis partilhar, por melhor descrever tudo o que o Amor pode significar, em todas as suas formas e feitios. Tudo isto e nada disto...
Aconselho a quem puder, a visionar o vídeo, enquanto o ouve, o lê e o sente…

Há Amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele

Há Amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante

Há Amor de Inverno
Amor de Verão
Amor que rouba
como um ladrão

Há Amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado

Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
e sangue bem quente

Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca, nunca tocado

Há Amor secreto
de cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso

Há Amor que mata
Amor que mente
Amor que nada
Mas nada te faz contente
Me faz contente

Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido

Há Amor eterno
Sem nunca talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez

Há Amor de certezas
Que não trará dor
Amor que afinal
É Amor sem Amor

O Amor é tudo
Tudo isto e nada disto
Para tanta gente
É acabar num Amor igual
E começar num Amor diferente

Sempre
Para sempre

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Felicidade


Porque é que quando a Felicidade nos bate à porta, ficamos a 'espreitar pelo buraco da fechadura', com medo que ela entre?! O convidado mais desejado da nossa vida transforma-se no cobrador temido, parece que temos tantas dívidas para com o Destino...
O Destino....aquele inimigo da Sorte, que nos dá e tira, sem aviso prévio, e sem pensar na verdadeira Justiça das coisas.

Façamos uma 'reunião familiar de sentimentos' para decidir: a Solidão é a primeira a votar a favor, porque Felicidade normalmente pressupõe plural, outro alguém... O Medo abstém-se, não consegue perceber o que é melhor... A Consciência pondera, porque “a vida está cheia de armadilhas”... A Culpa questiona se somos merecedores dessa tal Felicidade...O Desejo não hesita, quer abrir logo a porta e abraçar a Felicidade!

E ninguém ganha... Dentro de nós, no 'governo dos sentimentos' não existe democracia, nem maiorias...
Até porque, muitas vezes, quando a Felicidade nos bate à porta, na altura em que resolvemos abri-la e deixá-la entrar na nossa Vida, chegamos atrasados e o Destino já a levou...

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Ontem

Ontem foste o meu primeiro pensamento.
Ontem estiveste em mim cada minuto do dia.
Ontem a saudade fez-me querer ir ao teu encontro.
Ontem tinha sido capaz de me perder nos teus braços e acreditar em todas as ilusões.

Ontem recordei o teu olhar, o teu beijo, e juro que consegui sentir o teu cheiro.
Ontem quis pedir-te que o silêncio se transformasse na nossa linguagem, que não me fizesses perguntas e que lesses a minha alma.
Ontem desejei que não houvesse um passado entre nós.

Ontem adormeci agarrada à tua fotografia e sonhei contigo.
Ontem pertenci-te novamente, ainda que distante.
Ontem...
Hoje acordei, e a vida seguiu.
Amanhã, quem sabe...

O teu jardim encantado


Imagino-te num jardim encantado, onde as cores são mágicas, onde apetece andar sempre descalço, onde o ar é mais leve que uma nuvem, onde a paz é eterna e os anjos descansam as suas asas, onde sabe bem estar, onde se guarda as mais preciosas memórias da nossa vida e passas a viver dentro de nós...

Diz-me, Mana: nesse teu jardim, as flores também choram?...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Jogo solitário


Acho que jogamos um jogo solitário, nós os dois.
Um pacto secreto, definido por emoções estranhas e contraditórias.
Um jogo com regras flexíveis e permissivas, que muitas vezes acaba no “dito por não dito”.

Mas nós continuamos a jogar, não um contra o outro.
Embora um jogo a dois seja normalmente disputado por adversários...
Eu quero ganhar, e tu também. Mas não nos importamos de esperar pelo prémio.
E já andamos a jogar há 10 anos.

Talvez porque o prazer do jogo seja ainda mais saboroso do que a vitória...

domingo, 3 de junho de 2007

Se eu pudesse ser feliz



Se eu pudesse ser feliz, estrelava o céu todas as noites e fazia o sol sorrir-me todas as manhãs.
Se eu pudesse ser feliz, não chorava nunca, ou chorava só quando quisesse.

Se eu pudesse ser feliz, amava alguém e era amada.
Se eu pudesse ser feliz, sonhava contigo todos os dias e não tinha medo de acordar.
Se eu pudesse ser feliz, não me perguntava porquê, nem com quem.
Se eu pudesse ser feliz, ia nadar ao luar e sentir o vento na cara.
Se eu pudesse ser feliz, desejaria a vida e temeria a morte.
Se eu pudesse ser feliz, dava porque queria e recebia sem ter que pedir em troca.
Se eu pudesse ser feliz, ia dançar à chuva e adormecer num campo de papoilas.
Se eu pudesse ser feliz, não contava o tempo, nem o tempo teria qualquer significado.
Se eu pudesse ser feliz, a única coisa que recearia seria a própria Felicidade...

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Se a Terra girasse ao contrário


Tirei uns dias de férias. Uma espécie de prenda de anos a mim mesma. Com direito a refúgio campestre e bucólico, à companhia de alguém amigo, euforia e descanso quanto bastem.

Estive a viver. Andei a sentir a vida, a experimentar sensações e certezas. Do que sou, do que quero.
Descobri que uma gargalhada pode substituir um beijo, uma grande amizade vale mais que um romance, o prazer da descoberta perde-se no conforto da cumplicidade e agradece-se à vida por isso.

Mesmo assim, não chega... e não posso deixar de pensar que se a Terra girasse ao contrário, as coisas seriam diferentes.
Não necessariamente melhores, mas diferentes...

Parabéns a mim!


Mais um ano. Já são 33...
Pensei muito em quem sou, em que mulher me tornei...
Principalmente no último ano, o mais doloroso e triste da minha vida, andei perdida de mim mesma, a sobreviver à saudade, a secar as lágrimas e a refugiar-me nas doces recordações de outrora, enquanto ao mesmo tempo levava a vida para a frente (que atrás vem gente!) e tentava não me esquecer de sorrir.

Aprendi a ver beleza nas mais pequenas coisas: num pôr-de-sol, numa música, na chama de uma vela, no cheiro da chuva, no silêncio da noite...
Aprendi a importância de dizer “amo-te”, antes que não tenha mais oportunidade de o fazer; a estimar os amigos que nunca me abandonaram; a apreciar uma palavra sincera de quem me quer bem; a relativizar os pequenos “empecilhos” da vida, e a enfrentar “monstros” feitos de desesperança e angústia, sem nunca deixar de acreditar em milagres.

A minha vida deixou de ter as cores de antigamente...
Mas vou pintá-la novamente com cores diferentes.
E um dia, também elas vão formar um arco-íris.

Parabéns a mim!
(24.04.1974)

quinta-feira, 12 de abril de 2007

"Cuddling"


Haverá algo mais reconfortante e pacificador para uma mulher do que aninhar-se nos braços do homem que ama e sentir-se absoluta? Este pensamento 'apanhou-me' de surpresa uma vez, numa noite em que adormeci nos braços dele...
Não creio que fosse capaz de passar a minha vida com alguém que não me fizesse sentir assim.

Encostei a minha cara ao peito dele, abracei-o, e quando me rodeou com o seu braço, foi como se não quisesse mais sair dali, foi um momento perfeito.
E apesar de ter perdido todas as minhas guardas e ficado absolutamente vulnerável, submissa...senti-me forte, revigorada, acarinhada...senti-me Mulher. Segredei-lhe em silêncio: “Deixa-me ficar assim para sempre...” e o coração dele deve ter ouvido, porque me apertou com força, encostando ainda mais o meu corpo ao dele.

Depois, adormeci... 'Acordei' mais tarde, com o toque dele. O seu corpo 'pedia-me' para fazer amor. Sentia as mãos dele, com carícias tão suaves, como num sonho.
Meio adormecida, 'respondi-lhe' que sim. Entregámo-nos a uma paixão arrebatadora, a uma sede insaciável de amor e prazer.
E foi sublime.

Mais sublime ainda do que poderia imaginar... E tudo porque, quando finalmente os nossos sentidos abrandaram, ele voltou a puxar-me para junto dele, demos um beijo demorado, disse que me amava, eu aninhei-me novamente no peito dele...e adormeci, tal como antes.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Até sempre, Ganesh...


Às vezes, quando estou muito triste, não consigo escrever...
E há uma semana que existe silêncio no meu coração e as palavras simplesmente não surgem no papel.
Agora quando chego a casa, já não te oiço... E hoje doeu ainda mais...
O meu fiel companheiro de há 7 anos, a presença de alma no meu “ninho”, no meu porto de abrigo, não se ouve mais.
“Era só um papagaio”, dirão alguns... outros compreenderão a perda de um animal de estimação e sentirão verdadeira compaixão.

O Ganesh não era só um pássaro, meigo e brincalhão, que conversava, ria, assobiava fado, retribuía carícias, cativando a todos. O papagaio que cantava para me acordar, me saudava quando regressava, ou quando me sentia triste, piava as minhas tristezas.
O Ganesh era a alma desta casa, a personificação do meu estado de espírito.
E quando “voou”, deixou-me mais vazia.
Imagino-o livre, subindo tão alto no céu, louvando a vida, e protegendo-me, como sempre o fez.
Quem pode imaginar um mundo sem pássaros?

Até sempre, meu “anjo com penas”...

quinta-feira, 22 de março de 2007

"Hoje apetece-me estar feliz"


O despertador tocou cedo, como de costume.
Levantei-me devagar.
No duche, com a água quente a acordar lentamente os meus sentidos, pensei: “Hoje apetece-me estar feliz”.
Arranjei-me. E, ao olhar-me ao espelho, disse: “Hoje apetece-me estar feliz”.

Concluída a rotina diária (com as verificações periódicas às horas e aos minutos), saí de casa. O dia estava claro, mas não pus os óculos de sol. Comecei a reparar nas pessoas que se cruzavam comigo. E todas pareciam sorrir...
Levantei a cabeça e respirei fundo, o ar estava leve.

Alheada do mundo sonoro, ouvia rádio através do telemóvel, hábito daqueles que gostam de “andar consigo próprios”, como eu. Então, passaram a música que fez o mais perfeito dos sentidos:

É ISSO AÍ - ANA CAROLINA E SEU JORGE

É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre

É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredita em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores
Ensina seus filhos
A escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar
De olhar


“É isso aí!...
Hoje não me cansei de olhar para a vida!...
Hoje estive feliz!...
Hoje acreditei em milagres!...”

segunda-feira, 19 de março de 2007

Meu Pai


Deste-me a vida. Durante a minha infância estiveste sempre presente – nas dores de barriga, joelhos esfolados, birras, nas primeiras letras e números...
A adolescência chegou, e continuaste lá... As dúvidas, os primeiros desgostos de "amor", os disparates, a rebeldia, tudo acompanhaste com os teus conselhos e sensatez.
Sempre que chorava, lembro-me do teu olhar, um reflexo do meu coração, e afastavas todos os meus medos.

Depois, os anos foram passando e influenciaste-me tanto… Ensinaste-me a separar o certo do errado, como crescer e viver de forma íntegra, sem nunca me julgares, e cada vez que falhei na vida, o teu Amor jamais esmoreceu.
Hoje, que sou Mulher, quero dizer-te, a ti e ao Mundo inteiro que foste o homem que mais me amou, o único que não me desiludiu, e me confortou quando não encontrei os meus sonhos.

Vejo-te agora com as “cicatrizes da vida” marcadas na cara, cada vez mais profundas, cada uma contando a sua história. Mas, à medida que essas linhas se aprofundam com o tempo, sei que a tua sapiência aumenta, pelo menos aos meus olhos…
Para mim, és mais do que alguma vez mereci. E se olhares para a minha alma, como tão bem és capaz, saberás que o meu reconhecimento, orgulho, amor e respeito são infinitamente maiores que estas palavras.

Podia dizer-te que és o melhor Pai do Mundo, mas prefiro dizer-te que és e serás o melhor Homem da minha vida!

Parabéns por seres um verdadeiro Pai.
Das tuas filhas (a que está no Céu e a que está na Terra…)

sábado, 17 de março de 2007

A minha solidão...


Dia de trabalho infernal.
Cheguei a casa, e ao abrir a porta, aquele silêncio reconfortante (à excepção do cumprimento habitual do meu fiel papagaio...), aquela sensação de liberdade, de poder escolher exactamente como saborear a minha própria companhia.

Confuso?! Para mim, nem por isso. Li uma frase algures que explica bem o que sinto. “Não sei o que é a solidão. Nunca me senti só. Acho fantástico ficar comigo mesma, com os meus milhões de dúvidas e preocupações” (Cleyde Yacónnis).

Não sou assim, por norma no meu dia-a-dia, mas a verdade é que posso depender só de mim e do meu tempo. E nesse dia, não me quis preocupar com o jantar, nem nada de mundano.
Resolvi acender todas as velas que tenho espalhadas pela casa. E são muitas...
Aninhei-me no sofá, enrolada no edredon e com a cabeça na almofada, olhei para o tecto e paredes, para a luz reflectida em dezenas de efeitos que as chamas iam criando, em formas cintilantes. Deixei-me hipnotizar pelo ondular das sombras e adormeci, num sono cada vez mais profundo, sempre que uma vela se apagava.

Dormi até de manhã. Quando o Sol me acordou, ainda queimava uma última vela, a que ficou para me provar que a solidão não faz mal, quando a chamamos...

Público (para quem gosta de estar sozinho) & Privado (porque esta é a minha solidão)

quinta-feira, 15 de março de 2007

Nada de despedidas


Foi há uns meses. Ligaste-me, inesperadamente, para me dar uma notícia. Com a voz entusiasmada, disseste: “Vou trabalhar e viver para Angola!”. Sabia que procuravas uma mudança na tua vida e percebi que querias agarrar esta oportunidade, por isso, senti-me imediatamente feliz por ti.
Mas, quase em simultâneo, senti o que só consigo descrever como um 'amargo de coração'. Uma espécie de 'egoísmo perdoável', porque não gostamos de nos afastar de quem nos é especial, mas isso também não muda em nada o que sentimos por esse alguém.

Optei por não me despedir. Sim, optei...
Entretanto, vieste passar o Natal a Portugal, tentámos combinar ver-nos, mas não aconteceu. Não sei se, mais uma vez, por opção...

Regressaste a África, estás a milhares de kms de distância, mas 'estamos em contacto', principalmente graças à maravilhosa tecnologia que é o Messenger!
Mas, para além disso, gosto de pensar que “a distância não é o quanto nos separamos, a distância é se não voltamos”.
Apetece-me dizer-te agora, pela primeira e milésima vez, quem és na minha vida, o que vejo quando fecho os olhos e penso em ti:
- És o sorriso, rasgado e sincero
- És a gargalhada contagiante
- És frontal e carismático
- És o meu disparate!
- És parte e testemunha da minha vida há 10 anos
- És meu amigo e meu confidente
- És o conforto do meu corpo e da minha mente
- És fogo e gelo
- És passado e ainda és presente...

Até já.
E só mais uma coisa: quando estivermos novamente um com o outro, por favor, nada de despedidas!

Público (para quem quiser ler) & Privado (para a única pessoa que vai entender)

Parabéns, meu menino de “olhos cor do mar”!

Parabéns, Paquito!
Fazes hoje 5 anos, meu “piratinha”, meu menino de “olhos cor do mar”, anjo de sorriso maroto e ternura sem fim...
Que tenhas um dia muito feliz, recheado de coisas boas, presentes, beijinhos, amigos e os manos ao pé de ti, com a Mamã a olhar, lá do Céu...

A Dinha também vai “estar” contigo hoje. Lembras-te quando querias muito que alguma coisa acontecesse outra vez, por teres gostado tanto, que inventámos o jogo do faz-de-conta?
Aquele jogo em que, quando estivéssemos a dormir, nos encontrávamos na “Terra dos Sonhos” e podíamos divertir-nos outra vez!

Esta noite, depois de apagares as velas, comeres o bolo, quando fores dormir e fechares os teus “olhos cor do mar”, eu vou ter contigo à “Terra dos Sonhos” e vamos juntos ao Jardim Zoológico, como da outra vez!
Vamos ver os animais, andar de teleférico, bater palmas aos golfinhos, comer um gelado, falar com o palhaço que te fez um balão em forma de espada e andar de carrossel.

E quando nos despedirmos, porque o Sol vai acordar e o sonho acaba, tu vais-me dar um daqueles “abracinhos bons”, um beijinho com sabor a mel, e dizer: “Até já, Dinha!!”

segunda-feira, 12 de março de 2007

Quando o mundo parece desabar...



Porquê tanta dor?
Porque é que sinto que faltam pedaços de mim?
Um dia tão desejado e ansiado transformou-se numa tela colorida de pequenos segundos de magia, e ao mesmo tempo em tantos momentos de dor profunda e contida...
Gostava de ter estado lá, de ter podido olhar os meus “príncipes”, mas não pude...
Porque a lei “não permite ou não contempla...”, porque a sociedade é hipócrita ou porque, simplesmente, o destino é cruel.
Amo os meus sobrinhos tanto quanto amo e amei, em vida, a minha mana e não posso vê-los crescer, brincar, sonhar...

Quando finalmente o dia chegou ao fim, senti-me sem forças, como se me tivessem colocado num labirinto de emoções e eu não quisesse encontrar a saída.
Então, uma Amiga mandou-me um sms: “Vai buscar forças ao melhor que está para vir. Pensa que não pode ser só isto. Vai buscar forças às pessoas que te amam e precisam de ti. Acredita! (...)”
E com estas palavras, senti por um momento que tudo pode ser possível e estou novamente a descobrir a saída desse doloroso e confuso labirinto.

Obrigada, Rita Louro, minha “ruiva linda”.

sábado, 10 de março de 2007

Nota de boas vindas


Desde que me conheço que escrevo. Por tudo e por nada...
Quando finalmente decidi criar um blog, fi-lo para poder reunir estes pedaços da minha existência e lembrá-los como e quando quiser. Confesso que me "assustei" com a perspectiva de, ao fazê-lo, estar a partilhar a minha intimidade com o Mundo, mas depressa percebi que continuarei a escrever por e para mim, e que isso é o que mais importa...
Sempre fui da opinião que nem todos os blogs têm que falar exclusivamente de poesia, romance, saudade, sofrimento, humor. Nem possuirem obrigatoriamente textos profundos, politicamente correctos, confissões ou meras constatações mundanas. Porque nem sempre me apetece escrever da mesma forma, ou sobre o mesmo.

Sinto as palavras como 'sombras de mim', tão mutáveis como os inesperados acontecimentos ou emoções que cada dia a vida nos reserva.
Portanto, deixo uma mensagem a quem visitar o meu blog: o que podem esperar são simples reflexos do meu estado de espírito (e de alma), porque a vida é mesmo assim, acontece em momentos.
E sejam bem-vindos!