
A ausência de quem se ama, somada à certeza de que neste mundo não nos voltaremos a encontrar, abre feridas cada vez mais profundas, dores dilacerantes, sem nenhum remédio.
Vim para a praia. Com a ténue esperança de que o sol me consiga aquecer o coração e secar as lágrimas que teimam em cair.
Estava a observar uma família. A mãe soprava para dentro de uma bóia, perante a impaciência do filho, que insistia em ir depressa para a água.
E então, ocorreu-me uma ideia muito estúpida. Ou talvez não...
Gostava tanto que tivesses deixado bóias, colchões, bolas cheias com o ar que respiraste! Seriam uma espécie de lâmpada de Aladino, mas não para satisfazer desejos.
Simplesmente para, quando a saudade apertasse mais, eu poder desapertar o pipo, aproximar a boca...e inspirar um bocadinho do teu ar, do teu sopro de vida...
(Parabéns, Mana...)