domingo, 24 de agosto de 2008

Um sopro...

Costuma dizer-se que o tempo cura tudo, que a saudade diminui com o passar dos anos. Não é verdade... pelo contrário.
A ausência de quem se ama, somada à certeza de que neste mundo não nos voltaremos a encontrar, abre feridas cada vez mais profundas, dores dilacerantes, sem nenhum remédio.

Vim para a praia. Com a ténue esperança de que o sol me consiga aquecer o coração e secar as lágrimas que teimam em cair.
Estava a observar uma família. A mãe soprava para dentro de uma bóia, perante a impaciência do filho, que insistia em ir depressa para a água.
E então, ocorreu-me uma ideia muito estúpida. Ou talvez não...
Gostava tanto que tivesses deixado bóias, colchões, bolas cheias com o ar que respiraste! Seriam uma espécie de lâmpada de Aladino, mas não para satisfazer desejos.

Simplesmente para, quando a saudade apertasse mais, eu poder desapertar o pipo, aproximar a boca...e inspirar um bocadinho do teu ar, do teu sopro de vida...

(Parabéns, Mana...)