sábado, 17 de março de 2007

A minha solidão...


Dia de trabalho infernal.
Cheguei a casa, e ao abrir a porta, aquele silêncio reconfortante (à excepção do cumprimento habitual do meu fiel papagaio...), aquela sensação de liberdade, de poder escolher exactamente como saborear a minha própria companhia.

Confuso?! Para mim, nem por isso. Li uma frase algures que explica bem o que sinto. “Não sei o que é a solidão. Nunca me senti só. Acho fantástico ficar comigo mesma, com os meus milhões de dúvidas e preocupações” (Cleyde Yacónnis).

Não sou assim, por norma no meu dia-a-dia, mas a verdade é que posso depender só de mim e do meu tempo. E nesse dia, não me quis preocupar com o jantar, nem nada de mundano.
Resolvi acender todas as velas que tenho espalhadas pela casa. E são muitas...
Aninhei-me no sofá, enrolada no edredon e com a cabeça na almofada, olhei para o tecto e paredes, para a luz reflectida em dezenas de efeitos que as chamas iam criando, em formas cintilantes. Deixei-me hipnotizar pelo ondular das sombras e adormeci, num sono cada vez mais profundo, sempre que uma vela se apagava.

Dormi até de manhã. Quando o Sol me acordou, ainda queimava uma última vela, a que ficou para me provar que a solidão não faz mal, quando a chamamos...

Público (para quem gosta de estar sozinho) & Privado (porque esta é a minha solidão)

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