
Mas o Amor, quando existe, vinga e ultrapassa qualquer obstáculo. A 23 de Novembro de 1968, casaram. Não choveu nessa manhã, o que contraria o velho ditado ‘ boda molhada, boda abençoada’… Mas a maior bênção deste amor e desta história é o facto dos protagonistas serem os meus pais. E que hoje comemoram 39 anos de casados!
Tiveram sonhos, e concretizaram-nos. Unidos no melhor e no pior, na saúde e na doença, aquelas palavras que tantos pronunciam de ânimo leve, para os meus pais foram promessas sagradas e eternas, olhos nos olhos, de alma e coração, um certificado de Amor verdadeiro.
Os filhos vieram, tão desejados, tão amados, geradores de uma felicidade ainda maior. E a família cresceu, a vida seguiu.
Acompanhei passo a passo esta deliciosa história de amor, aprendi o que é uma relação saudável, equilibrada, balizada pelo respeito, pelo companheirismo e pela paixão constante (era frequente ‘apanhar’ os meus pais aos beijinhos, com carinhos e olhares cúmplices!)
Anos mais tarde, estive presente no momento de mais um ‘sim’, na igreja, e foi-me reservada a honra de ser a ‘menina das alianças’. Estive presente quando a felicidade parecia não ter fim! Estive presente quando golpes duros demais fizeram estremecer o nosso lar! Mas tudo estava fundado em rocha firme e a casa não ruiu!
Há certas coisas que acontecem na vida que me fazem acreditar que o amor pode ser eterno e eles provaram isso. Que mesmo com todas as dificuldades que a vida nos possa apresentar ao longo do seu percurso, se tivermos alguém ao nosso lado para nos amparar, tudo pode ser menos difícil, ou até mais fácil.
Vi o exemplo que vocês deram ao mundo que os cercava, um exemplo para mim, sempre. Vocês são um sinal claro de mim mesma, na vida que me ofereceram, e que às vezes é madrasta. E são vocês os responsáveis por eu ainda não ter deixado de acreditar no Amor. A vossa felicidade e cumplicidade cabe dentro do mesmo coração e esse coração também é o meu!